Talvez essa tenha sido a frase mais importante – e comprovadamente (empiricamente) verdadeira – proferida por José Felipe Carneiro, um dos proprietários e cervejeiro da Wäls, na visita que fiz à Cervejaria este mês. Porque cerveja é como qualquer presente: deve ser avaliado pelo conteúdo, não pelo embrulho. E as cervejas da Wäls, como poderá comprovar qualquer um que a prove ou tenha o imenso prazer de conhecer aquela família cervejeira, são, sim, presentes aos apreciadores da iguaria.
Quem passa pelo número 1460 da Rua Padre Leopoldo Mertens, em Belo Horizonte/MG, não imagina que atrás daquele muro e portão despretensiosos há uma família colocando em prática um sonho. Primeiramente uma fábrica de sucos (ainda em atividade), a paixão pela cerveja levou os irmãos Carneiro a se aventurarem nesse meio, mas não sem antes se debruçarem sobre muitos estudos e, principalmente, testes, inserindo no mercado um produto com características singulares.
A busca da verdade e a concretização de um sonho (pautado essencialmente na qualidade), são máximas que guiam o dia-a-dia dessa Cervejaria. A arrogância, por certo, não tem vez por lá, estando aquela família sempre aberta às mais variadas críticas. E que fique bem claro: críticas e não comentários levianos. Afinal, nas palavras do próprio José Felipe, como bom mineiro que é: “tanta gente fala mal de mim e eu dou de ombros”.
Já o acusaram até mesmo de usar photoshop nas fotografias, pois não acreditam na cremosidade e intensidade da espuma e coloração que suas cervejas apresentam virtualmente. Mas, para ele, o que realmente importa é mostrar pessoalmente, aos verdadeiros interessados por suas filhotas, que tudo é a mais pura verdade (eu, aliás, não teria razão alguma para fazer uso aqui do PS, sendo testemunha ocular de que ele não precisou de nenhum subterfúgio para obter a espuma da foto acima. Tudo bem que já me confessei fã da cervejaria em outro momento, mas garanto que isso não me levaria a alterar minhas fotografias, que tanto prezo).
O cuidado com as cervejas em todo seu processo – da produção até a chegada ao consumidor final – pode ser evidenciado nas mais variadas atitudes: a troca da rolha, por exemplo, que causava contaminação com grande frequência; a aquisição de novos equipamentos – ainda que o retorno financeiro venha a ser apenas a longuíssimo prazo -; a escolha de insumos de boa qualidade; o respeito aos limites da fábrica, produzindo aquém da procura, mas mantendo as características intactas; a realização de inúmeros testes antes de inserir a bebida no mercado – ficando com o produto parado por longos períodos; e, até mesmo, o trabalho manual e diário de girar cada uma das Wäls Bruts.
Sim, porque essas belezinhas – para mim melhores que a Deus – precisam ser giradas 45° (horário e anti horário) duas vezes por dia, para que a fermentação ocorra de forma homogênea (é isso, né Zé Felipe?).
Pude verificar que a Wäls Cervejaria, como sustenta o José Felipe, é mais que uma empresa: é uma grande família. O lema beber com qualidade, a liberdade como primazia da felicidade e a comidinha simples, mas saborosíssima, que a Dona Maria serve aos funcionários, garante esse cenário.
Comida, aliás, que garanto ser boa com conhecimento de causa, já que José Felipe convidou eu e o namorado para almoçar – o que foi providencial, uma vez que o passeio pela cervejaria, regado as mais variadas cervejas da casa, já estava me impossibilitando de manter o foco das fotografias.
Aos que passarem por Belo Horizonte (ou de lá sejam moradores), recomendo uma visita à Wäls, Cervejaria que tem tudo para ser um ótimo exemplo no exterior de que o Brasil é capaz de produzir cerveja de qualidade, principalmente no que tange à Wäls Brut e seu método champenoise.
Em breve a Cervejaria contará, também, com uma Adega, onde serão vendidos não apenas os produtos da Wäls, como também funcionará um empório, vendendo produtos locais e permitindo suas degustações e harmonizações: “…um presente para o meio cervejeiro nacional… é um gasto que vale a pena…“. Para tanto, foi necessária a retirada de contadas 7.923 caçambas de terra/entulho do terreno.
Diante de tanto empenho e tanto trabalho empregado, é possível achar cara uma cerveja de cerca de 100 pilas (Wäls Brut – 750 ml)?
Se você ficou interessado em provar qualquer uma das cervejas da Wäls, pode adquiri-las na Mamãe Bebidas (que ganhará um post exclusivo em breve), por preços realmente atraentes (a partir de 6 pilas) – entrega para todo o Brasil.
Muito massa. Quero conhecer a Wals algum dia..
Po. cada foto craque tb hein.
Pena que deixamos escapar essa brut naquele sorteio.
Mas outras oportunidades virão.
Beijos
A Wäls é sensacional mesmo, Nicolas! Eu já conhecia as cervejas e o Zé Felipe, mas nem por isso deixei de me impressionar!
E a Brut vale muito a pena (ocasiões especiais, claro).
Certeza que ainda terão muitas chances de aprecia-la!
Obrigada pela visita!
Beijos
Pingback: #Empório @MamaeBebidas « Não vá se perder por aí
Obrigada Micheli!É verdade que nossa família vive intensamente o trabalho com a cervejaria Wals,porém,com muito amor e dedicação. Costumo brincar com os amigos que nosso trabalho é como uma U.T.I. de Hospital.
Quando voltar vai conhecer de onde vem tanta energia e mais negócios ainda.
Beijão!Ustane Pedras (Mãe do José Felipe)
Ustane, quanta felicidade em ter sua visita no meu humilde blog.
Uma pena não tê-la conhecido pessoalmente.
Mas conhecendo seus filhos e seu marido, imagino a pessoa fantástica que você deve ser.
Vocês tem que ter muito orgulho mesmo da Wäls: um exemplo a ser seguido no cenário cervejeiro nacional.
Obrigada pela visita e até uma próxima.
Beijos
Pingback: #Cervejaria …uma paixão, não um produto… (@falkebier) « Não vá se perder por aí
Pingback: Vivre pour Vivre: a #AlmaBrasileira « Gastrobirra
Pingback: Wäls Witte « Gastrobirra
Pingback: Wäls Witte « Gastrobirra
Pingback: Anti Restaurante? Homemade? Você pode não saber o que significa, mas Floripa já tem um. « Não vá se perder por aí